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sábado, 23 de janeiro de 2016

Doutrina de Deus - Dia 6

Argumento para a Temporalidade de Deus

Nós estávamos falando sobre a eternidade divina, e da última vez, após um levantamento dos dados bíblicos, começamos a tentar entender o sentido dessa doutrina. Vimos que, embora a Escritura ensine claramente que Deus é sem começo e sem fim, que Ele existe permanentemente, que nunca veio a existir e nunca deixará de ser, no entanto, não está claro se devemos compreender Deus como um ser atemporal, ou seja, fora do tempo, ou se deveríamos pensar em Deus como existente eternamente ao longo do tempo. Será que Deus tem um passado, um presente e um futuro, que se estendem desde o infinito passado até o futuro infinito? Ou será que Deus nem sequer tem passado, presente e futuro? Ele está simplesmente além da dimensão do tempo? Nós apontamos em resposta a perguntas na semana passada que estas posições são contraditórios entre si. Dizer que Deus existe atemporalmente é simplesmente dizer que ele não existe no tempo. Portanto, não é uma proposição que aceite ambos, a menos que você encontre alguma maneira de qualificar isto, porque estas são posições contraditórias entre si. Ou Ele existe atemporalmente ou Ele existe ou temporalmente, e a questão é, como devemos entender isso melhor?

A fim de resolver esta questão, queremos olhar para alguns argumentos para a atemporalidade divina e para a temporalidade divina. Vamos primeiro falar sobre um argumento para a atemporalidade divina.

Em meu livro Time and Eternity [O tempo e a eternidade], onde examino os que acho que sejam os melhores, ou mais promissores, argumentos para a eternidade divina, eu acho que a maioria deles são, francamente, argumentos muito pouco plausíveis ou fracos, com exceção de um. Este é o argumento baseado na incompletude da vida temporal. A ideia aqui é que um modo temporal da existência é, por sua própria natureza, um modo defeituoso de existência. Todos seres têm apenas o breve, fugaz presente. O futuro ainda não existe – você ainda não possui o seu futuro. O passado se foi, está irremediavelmente perdido. Então, tudo o que se tem é o presente, o qual está sempre mudando, sempre passando, sem permanência, de modo que um ser temporal não pode possuir toda sua vida de uma vez. Em contraste, um ser que é infinito, fora de tempo, possui toda sua vida de uma só vez. Ele simplesmente não tem passado, presente ou futuro - ele só tem um estado eternamente existente. Ele possui toda sua vida de uma vez. A alegação é que este é um modo mais perfeito de existência, e, uma vez que Deus é o ser mais perfeito, seria incompatível com Deus ter um modo defeituoso de existência. Portanto, Deus não pode existir temporalmente.

A natureza defeituosa da vida temporal foi recordada para mim muito poderosamente alguns anos atrás, quando nossos filhos eram pequenos e eu estava lendo para eles após o jantar uma noite. Estávamos lendo o livro de Laura Ingalls Wilder, Little House In The Big Woods [A pequena casa na grande floresta], e ao atingirmos o fim desse livro, cheguei à seguinte passagem, que para mim, que estava estudando a doutrina da eternidade e tempo divinos, foi simplesmente poderosa (apesar de não ter o mesmo impacto sobre os meus filhos!). Esta passagem simpelsmente me falou muita coisa. Esta é a forma como o livro termina,

As longas noites de inverno com música e fogueira tinham chegado novamente. . . . A voz forte e doce de Pa foi cantando baixinho:
Deve um antigo conhecido ser esquecido,
E nunca trazido à mente ?
Deve um antigo conhecido ser esquecido,
Nos bons e velhos tempos (auld lang syne)?
Refrão: Pelos bons e velhos tempos (auld lang syne), meu caro
Pelos bons e velhos tempos (auld lang syne)
Ainda beberemos do copo da bondade
pelos bons e velhos tempos (auld lang syne).

Quando o violino parou de soar, Laura perguntou suavemente, "O que são dias de Auld Lang Syne, Pa?”
"São os dias de há muito tempo atrás, Laura," Pa disse. “Vá para a cama, agora.”
Mas Laura ficou acordada um pouco, ouvindo o violino de Pa tocando suavemente, e ao som solitário do vento na Grande Floresta. Ela olhou para Pa sentado no banco ao lado da lareira, a luz do fogo brilhando em seu cabelo castanho e a barba brilhando sobre o violino cor de mel marrom. Ela olhou para Ma, balançando-se suavemente e tricotando.
Ela pensou consigo mesma, "Isso é o agora."
Ela estava contente, porque a casa aconchegante, e Pa e Ma à luz do fogo, e a música, eram agora. Eles não podiam ser esquecidos, pensou, porque agora é agora. E nunca pode ser os dias de há muito tempo atrás.

O que é tão comovente sobre essa passagem, é claro, é que naquela época, o que para Laura Ingalls Wilder era tão real e tão presente, agora são os dias de há muito tempo atrás! Ma e Pa se foram. A fronteira americana que eles lutaram para conquistar já se foi. Laura Ingalls Wilder se foi. O tempo tem uma maneira selvagem de consumir a existência, tomando tudo o que existe e levando-lo para o passado onde está irremediavelmente perdido, desaparecido para sempre, para nunca mais ser recuperado.

Esse é o tema da Música Time [Tempo] de Pink Floyd.

O argumento aqui é que tal modo defeituoso de existência é certamente incompatível com a existência de um ser perfeito. Portanto, um ser perfeito não pode existir temporalmente, mas deve existir eternamente.

Eu não acho que este é um argumento nocaute a favor da atemporalidade divina, mas eu acho que ele apela para intuições muito poderosas sobre a transitoriedade e efemeridade da vida temporal. Portanto, na ausência de quaisquer argumentos contra-balanceamendo a favor da temporalidade divina, eu acho que isso pode justificadamente motivar uma doutrina de atemporalidade divina.

Argumento para a Temporalidade de Deus
No entanto, parece que também há bons argumentos do outro lado. Deixe-me olhar primeiro para o argumento para a temporalidade de Deus com base nas suas relações cambiantes com o mundo. Deus é um Deus que age na história. Ele está causalmente relacionado a evento no tempo - primeiro causando um evento, em seguida, produzindo outro evento depois disso, então causando outro. Deus está intimamente envolvido no processo temporal. Ele parte o Mar Vermelho, Ele chama os filhos de Israel do Egito, Ele envia Cristo para o mundo. A encarnação da segunda pessoa da Trindade é uma doutrina especialmente problemática para aqueles que pensam que Deus é atemporal. Aqui o próprio Deus entra na história humana na pessoa de Jesus Cristo. Parece evidente que houve um tempo antes que a segunda pessoa da Trindade teve uma natureza humana. Houve um tempo quando a segunda pessoa da Santíssima Trindade ainda não estava encarnada, e houve um tempo após o qual a segunda pessoa da Trindade estava intimamente unida a uma natureza humana. Parece, pelas cambiantes relações de Deus com o mundo, que Ele teria que existir no tempo. Qualquer coisa que muda tem um “antes” e um “depois”. Isso simplesmente significa estar no tempo.

Deixe-me mencionar outro argumento a favor da temporalidade divina, que acho fácil de entender e também muito poderoso. Este seria um argumento baseado na onisciência de Deus. Como um ser onisciente, Deus deve conhecer todas as verdades - Ele deve conhecer todos os fatos que existem. Mas há claramente verdades que são verdades com tempos verbais. As sentenças não estão em apenas nos modos sem conjugação verbal; elas têm um tempo passado, presente, e futuro, e outros. Deus deve conhecer estas verdades com tempos verbais para ser verdadeiramente onisciente. Por exemplo, Deus deve saber que Cristóvão Colombo descobriu a América em 1492. Mas em certo tempo, isso não era verdade. Em 1490, era verdade que Cristóvão Colombo vai descobrir a América, e Deus deve ter conhecido essa verdade. Mas se Deus conhece essas verdades com tempos verbais, então isso significa que seu conhecimento está em constante mutação, na medida em que verdades no tempo futuro se tornam falsas e as versões de tempo presente tornam-se verdade. " Cristóvão Colombo vai descobrir a América" era verdade uma vez, depois tornou-se falsa, e tornou-se verdade que "Christopher Columbus está descobrindo a América." Então essa se tornou falsa e a declaração no passado " Cristóvão Colombo descobriu a América" se tornou realidade. Assim, o conhecimento de Deus estaria em constante mudança, e, portanto, ele existiria no tempo.

Parece que estes dois argumentos, o argumento das relações cambiantes de Deus, e o argumento baseado no conhecimento de Deus acerca de verdades  cujas cujos tempos verbais mudam, são argumentos muito poderosos para Deus existir no tempo.

Avaliação dos Argumentos
Como devemos avaliar esses argumentos? Como avaliamos esses argumentos em grande parte vai depender de nosso ponto de vista acerca do tempo. Como você interpreta a eternidade de Deus vai ficar de pé ou cair com a sua compreensão da natureza do tempo. Os filósofos têm distinguido duas visões de tempo que muitas vezes são convenientemente chamadas de Teoria-A e Teoria-B. Essas iniciais não explicam por nada; eles são apenas uma maneira prática de categorizá-las. Às vezes, a Teoria-A do tempo é chamada de "teoria conjugada" ou "teoria dinâmica", e a Teoria-B de tempo é chamada de "teoria não conjugada" ou "teoria estática."

Quais são essas teorias do tempo? De acordo com o Teoria-A do tempo, os eventos são ordenados como passado, presente e futuro. A única coisa que realmente existe é o momento presente. O futuro é apenas potencial, ainda não existe. Ele não chegou a existir. O passado não existe mais - ele existiu uma vez, mas já passou. Há uma diferença objetiva entre o passado, o presente e o futuro em termos de sua realidade. As coisas no futuro e no passado não são reais; somente as coisas no presente são reais. Deste ponto de vista, o “tornar-se” temporal é uma característica real e objetiva do mundo. As coisas vêm a ser, e eles deixam de ser. A transformação temporal é uma característica real e objetiva do mundo.

Em contrapartida, o Teoria-B do tempo diz que a diferença entre o passado, presente e futuro é apenas uma ilusão subjetiva da consciência humana. Na verdade, todos os eventos no tempo - seja no passado, presente ou futuro - são igualmente reais. Não há nenhuma diferença objetiva entre o passado, o presente e o futuro. É apenas uma questão de seu ponto de vista subjetivo. Para as pessoas em 2008, os eventos de 2008 estão presentes, e os acontecimentos de 2050 são o futuro. Mas para as pessoas em 2050, que são tão reais quanto nós, os acontecimentos de 2050 são reais e presentes, mas os acontecimentos de 2008 são passado. O que é passado ou presente ou no futuro, esta visão é apenas uma questão de sua perspectiva subjetiva. Na realidade, tudo é igualmente verdadeiro, seja no passado, presente ou futuro, e o tornar-se temporal é apenas uma ilusão da consciência humana. Então, na Teoria-B do tempo, somos de certa forma vítimas de uma enorme ilusão, na medida em que nós pensamos que as coisas realmente vêm a existir e deixam de existir. Realmente, as coisas não vêm a ser nem deixam de ser. Todas elas existem em suas respectivas estações na linha do tempo, e todas eles são igualmente reais e estão ali. Nós apenas temos a ilusão de que estamos caminhando ao longo da linha do tempo, quando na verdade não estamos. Não há natureza dinâmica em absolutamente nada. A noção do tempo movendo-se ou de transformação é apenas ilusória.

O astronauta do filme Interestelar após entrar em um buraco negro interage com um ambiente que contém todos os momentos do quarto de sua filha. Na teoria-B do tempo o ambiente é como o Universo. Deus está externo a ele, mas pode interagir com ele, e todos os momentos são igualmente reais.

Se você pensa que Deus é atemporal ou temporal vai ficar de pé ou cair se você adotar um Teoria-A de tempo ou uma Teoria-B do tempo. Se você acredita na existência de Deus na Teoria-A de tempo, então Deus não pode estar igualmente no presente, no passado e no futuro, porque essas coisas não existem. Elas são simplesmente irreais. Ele está apenas relacionado causalmente com o presente. Ele está causando os acontecimentos atuais, e Ele conserva-os em existência, e amanhã Ele vai causar eventos diferentes e sustentá-los em existência, e assim por diante. Mas os únicos eventos com que Deus é causalmente relacionado são os atuais. Além disso, como explicado anteriormente, na Teoria-A existem essas verdades com tempos verbais que estão mudando constantemente. Deus sabe que a eleição de 2008 está ocorrendo atualmente. Ele sabe que a eleição de 1980 já acabou e que a eleição em 2112 ainda não ocorreu. Assim, na Teoria-A, você tem que dizer que Deus existe no tempo, por causa da mudança de Suas relações com o mundo e por Seu conhecimento de fatos tensos.

Por outro lado, se você adotar a Teoria-B do tempo, então é muito fácil ver como Deus poderia existir fora do tempo e ser causalmente relacionado a cada evento no tempo, porque todos eles são igualmente reais. De sua eterna perspectiva atemporal, Seu ato de causar a abertura do Mar Vermelho, o julgamento e crucificação de Jesus, e a segunda vinda de Cristo, tudo é igualmente verdadeiro, e Deus fora do tempo simplesmente sustenta todos esses eventos em existência. Não há uma transformação temporal; não há nenhuma mudança nesse sentido.

Além disso, na Teoria-B, não existem verdades com verbos conjugados. Podemos ter sentenças com verbos conjugados, mas nossas frases em português que possuem esses verbos tensos são apenas os nossos caminhos subjetivos de expressar o que são, de fato, realmente verdades sem conjugação verbal. Por exemplo, "Em 1492 Colombo descobrir a America" - o verbo lá "descobrir" não está no tempo presente, está apenas não-conjugado. Nossas frases com verbos conjugados expressam verdades sem tempo verbal. Outro exemplo seria o de que a verdade de que "Hillary Clinton perdeu o primário" pode ser expressa dizendo: "Hillary Clinton perder o primário de 2008", que é uma sentença sem tempo verbal. O tempo do verbo é apenas uma ilusão. Uma analogia seria a diferença entre "aqui" e "lá". Na Teoria-B, dizer que algo está ocorrendo "agora" é como dizer que está ocorrendo "aqui." Não há um lugar objetivo chamado "aqui ." Para alguém sentado na sala A, a sala A é "aqui ". Para alguém sentado na sala B, a sala “B”é “aqui”, e a sala A seria "lá." Mas, para a pessoa na sala A , a sala B seria "lá." Não há qualquer lugar objetivo no mundo chamado "aqui", isto é apenas um ponto de vista subjetivo. Da mesma forma, no que diz respeito ao conceito de "agora", não há "agora" nesta visão – o “agora” é apenas uma ilusão de sua consciência pessoal. Neste ponto de vista, não há verdades com tempos verbais para Deus saber. Tudo o que Deus sabe são fatos sem tempos verbais sobre o que ocorre em determinadas datas e horas.

Como você decide entre esses dois pontos de vista? Já que a sua visão sobre a eternidade de Deus vai depender de você adotar a Teoria-A ou Teoria-B, como você deve decidir? Todo mundo neste debate admite que a Teoria-A é a visão de senso comum sobre o tempo. A pessoa comum pensa que há uma diferença entre o passado, presente e futuro e que as coisas vêm à existência e saem de existência. Todo mundo, mesmo o teórico-B, reconhece que a visão de senso comum de tempo é a Teoria-A. A Teoria-A está profundamente enraizada na nossa experiência de transformação temporal. Nós não só experimentamos a transformação temporal no mundo ao nosso redor; também no mundo interior da consciência, nós experimentamos a transformação dos eventos mentais. Nós experimentamos um fluxo de consciência de um pensamento que ocorre após o outro - um fluxo de consciência que é totalmente independente do mundo externo. Não há nada que poderia ser mais íntimo para nós do que a experiência de transformação temporal. Nem mesmo a nossa experiência do mundo externo não pode ser comparada à intimidade e à clareza de nossa experiência de transformação temporal porque experimentamos não só a transformação do mundo externo, mas até mesmo do mundo interior na vida da mente, ao experimentarmos o fluxo de consciência.

Assim, o teórico-B teria de nos dar razões muito poderosas para abandonar essa visão de senso comum sobre o tempo e negar nossa experiência íntima de transformação temporal. Gostaria apenas de dizer que o meu juízo fundamentado é que não há nenhuma boa razão para negar essa experiência. Se você está interessado em aprofundar isso ainda mais, dê uma olhada no meu livro Time and Eternity [O tempo e a eternidade], onde em um par de capítulos eu analiso os principais argumentos a favor e contra a Teoria-A e a favor e contra a Teoria-B. Eu não acho que há boas razões para pensar que a nossa experiência de realidade temporal seja ilusória e que por isso deva ser negada. Então, filosoficamente, não vejo nenhuma boa razão para adotar uma Teoria-B.

Além disso, a Teoria-B é teologicamente objetável por uma série de motivos. Eu acho que há problemas com ela teologicamente. Por um lado, ela castra a doutrina cristã da criação. Eu considero essencial para a doutrina cristã da criação que exista um estado de coisas no mundo real, que consista de Deus sozinho, sem o universo, e que Ele, em seguida, traz o universo à existência. Mas na Teoria-B isso é falso. Na Teoria-B, Deus nunca traz o universo à existência, porque a transformação temporal é ilusória. Em vez disso, Deus apenas existe eternamente, e o universo existe co-eternamente com Deus. A diferença entre Deus e o universo é que o universo tem uma dimensão interna chamada tempo, que estrutura os eventos como “mais cedo” e “mais tarde”. Mas, visto de um ponto de vista externo, o universo existe tão eternamente quanto Deus - está simplesmente lá com Deus. Deus nunca realmente traz o universo à existência. Isto parece castrar a doutrina cristã da criação a partir do nada, que certamente ensina que Deus existia sozinho e trouxe o universo à existência.

Além disso, pense sobre o problema do mal na Teoria-B de tempo e que implicações isso tem. O essa teoria que significa, por exemplo, é que todo o mal e o pecado no mundo nunca é realmente eliminado. A mancha do mal ainda está indelevelmente lá. Um dia Cristo virá outra vez, e depois disso não haverá mais o mal. Mas todo o mal que existia anteriormente nunca deixa de existir. Nunca é realmente aniquilado; de fato, em certo sentido, Cristo ainda está pendurado na cruz nesta visão. Em seguida, é claro, há a sua ressurreição, mas o evento da crucificação é tão real como o evento da ressurreição. Cristo está eternamente na cruz neste ponto de vista, o que certamente é teologicamente muito problemático. Eu acho que nós queremos dizer que o mal será vencido, que será eliminado, e que Deus vai dizer: "Graças a Deus, está consumado!" Então, nós não temos nenhuma boa razão filosófica para a adoção da Teoria-B, e temos boas razões teológicas para se opor à Teoria-B. Portanto, eu refiro ficar com a Teoria-A do tempo.

Uma proposta
Como devemos entender a eternidade de Deus, então? Aqui eu quero fazer uma proposta. Aqui está uma visão que eu acho que pode unir ambos os argumentos que temos visto até agora. Quero sugerir que nós compreendamos a eternidade de Deus como Deus sendo atemporal sem a criação, e que ele é temporal posterior ao momento da criação. Deus é atemporal sem a criação. Existente sozinho, sem o universo, Deus existe atemporalmente. Com a criação do mundo, o tempo começa, e Deus entra no tempo em virtude das suas relações cambiantes com o mundo temporal e por seu conhecimento de verdades com tempos verbais.


Em certo sentido, eu voltei para o modelo que alguém sugeriu anteriormente, quando foi perguntado por que Deus não poderia ser ambos? Eu disse: "Não pode, a menos que você especifique-o." Mas eu acho que nós podemos especificá-lo. Deus é atemporal sem a criação, e Ele é temporal com a criação. Isso faz sentido da passagem em Judas, que diz: "...antes de todos os tempos, e agora, e para sempre." Essa é uma maneira de expressar em linguagem comum de Deus existente atemporalmente, sem a criação; mas que o tempo começa na criação, e Deus agora e para sempre existe no tempo.

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