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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Doutrina de Deus - Dia 8

Onipresença
Nós falamos anteriormente sobre a auto-existência divina, ou asseidade, e depois falamos sobre a eternidade de Deus, ou Seu relacionamento com o tempo. Hoje vamos falar sobre a Onipresença de Deus, que é o relacionamento de Deus com o espaço.

Dados das Escrituras
1) Deus está presente em qualquer lugar

Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.
Salmos 139:7-12

Porventura sou eu Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o Senhor. Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o Senhor.
Jeremias 23:23,24

2) Deus não habita em um lugar localizado

Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado.
1 Reis 8:27

O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; [...] Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos;
Atos 17:24 e 28a

Algumas distinções úteis

















O panteísmo é a visão de que tudo é Deus, que Deus é o universo. Então, um panteísta é alguém que identifica o universo com Deus; eles são idênticos. Deus não é um ser transcendente além do universo como no teísmo; em vez disso, o universo é Deus. Às vezes, certas declarações de cientistas ateus têm um sabor de panteísmo. Carl Sagan, o astrônomo, que muitas vezes fala sobre o Cosmos (com um "C" maiúsculo) como tendo os atributos e caráter de Deus. Para ele, o próprio Cosmos parecia ser um objeto de reverência, como quase santo e digno de admiração e adoração. Isso seria uma expressão de panteísmo, que identifica o mundo como Deus.
O panenteismo é uma visão diferente. Esta é a visão de que o mundo é parte de Deus. Normalmente, seria dito que o mundo é para Deus como nosso corpo é para nossa alma. Deus é como a alma do mundo. Assim, o mundo é o corpo de Deus, e, nesse sentido, ele não é distinto do mundo. O mundo é uma parte de Deus. Portanto, há uma parte de Deus que está além do mundo, mas, no entanto, o mundo ainda é, segundo essa visão, "divinizado"; ele se torna parte de Deus. Isto tornou-se popular entre uma escola de filosofia contemporânea chamado "teologia do processo" ou "teísmo do processo", onde o mundo é a personificação de Deus. À medida que o mundo se desenvolve e se desdobra, isto representa o desenvolvimento e aperfeiçoamento de Deus ao tornar-se melhor. Nessa visão, Deus não é um ser perfeito; pelo contrário, Ele é um ser em processo, e Ele está se tornando melhor o tempo todo. Ao vivemos uma vida melhor e contribuirmos para o bem do mundo, nós realmente ajudamos Deus a melhorar porque, ao melhorar o mundo, estamos melhorando Deus. Deus fica "melhor e melhor a cada dia em todos os sentidos", por assim dizer.
Essas duas visões são muito diferentes da onipresença, que é a visão de que Deus é distinto da criação, mas, no entanto, é imanente na criação. Imanência não é como "iminente" com um "i", como quando dizemos, "o Natal é iminente" ou "A segunda vinda de Jesus é iminente", isto é, "prestes a acontecer." Este é "imanente", com uma "a." Isso significa que Deus está presente no mundo. Ele está presente na criação, embora ele também seja transcendente. Na doutrina bíblica da onipresença, Deus é tanto transcendente no sentido de que ele é distinto do mundo (o mundo não é uma parte de Deus, não é Deus, Ele transcende o mundo; Ele não é idêntico ao mundo; o mundo é uma criatura, é uma criação de Deus), mas Ele é também imanente, na medida em que Ele está presente na criação. Vamos falar em um momento sobre o que isso significa, mas isso contrasta a noção de onipresença tanto com o panteísmo e panenteísmo, que são visões heréticas e precisam ser evitadas.

Teologia do processo Versus Teísmo aberto
É ótimo deixar bem claras as distinções terminológicas, porque não queremos acusar alguém de ser alguma coisa, quando na verdade ele ou ela não é! O teísmo aberto não é o mesmo que o teísmo do processo, que eu acabei de descrever. O teísmo aberto é uma visão que é uma compreensão não-tradicional da presciência e da providência de Deus. O teísmo aberto nega que Deus conhece o futuro, pelo menos exaustivamente. Uma vez que Deus não sabe o que vai acontecer, ele assume riscos e faz apostas com o mundo. Ele cria as pessoas, esperando que eles virão a conhecê-lo pessoalmente e serem salvas, mas Ele realmente não sabe se elas vão. Às vezes, o teísmo aberto diz que isso até mesmo lhe dá um forte sentido da providência divina, porque Deus é como o grão-mestre no xadrez que está jogando contra um amador e que pode prever a posição exata e peça com a qual ele vai dar xeque mate no adversário amador. Ele pode fazer isso, não porque ele sabe o que o adversário vai fazer, mas porque ele é tão inteligente que ele sabe que, não importando como o adversário vai se mover, ele vai passar a perna nele e xeque-matá-lo exatamente da forma como ele previu. Assim, o teísmo aberto quer dizer que Deus ainda tem um considerável grau de controle sobre o mundo, mas que, no entanto, Ele assume riscos, e não sabe o que vai acontecer.
Porém, o teísmo aberto não pensa que o mundo é o corpo de Deus ou que é divino, ou que é parte de Deus. O teísmo aberto ainda pode pensar em Deus como distinto do mundo no mundo como uma criatura dependente de Deus. O que o teísmo aberto compartilha com o teísmo do processo é a visão de que Deus está no tempo e que ele está se desenvolvendo e aprendendo coisas novas o tempo todo; Ele não tem conhecimento do futuro. Portanto, há pontos de contato com a teologia do processo, mas devemos ser justos com os teístas abertos. Eu não sou simpático para com o teísmo aberto, mas não devemos acusá-los de ser coisas que eles não são. Eles não são hereges, no sentido de pensar que o mundo é divino ou parte de Deus. Eles não são panenteístas ou panteístas. Um exemplo de um teísta aberto seria Gregory Boyd. Ele é um escritor popular e pastor em Minnesota. Clark Pinnock tornou-se um teísta aberto também. Esses seriam um par de pensadores evangélicos que adotam esse ponto de vista. Teístas do processo incluiriam pessoas como Charles Hartshorne e Alfred Whitehead; e um bom número de pessoas que estão envolvidas no diálogo entre ciência e religião hoje, infelizmente, compraram a ideia do teísmo processo. Panteístas incluiriam hindus e budistas, que pensam que o mundo é divino ou que é Deus.

Onipresença e Cristo
Como Cristo é divino, ou seja, é a segunda pessoa da Trindade, Ele deve ter esse atributo, porque Ele possui a plenitude da natureza divina. Portanto, não podemos dizer que o Pai é onipresente, mas que o Espírito e o Filho não são. Na medida em que a segunda pessoa da Trindade é Deus, ele possui todos os atributos da divindade. Então isso significa que Jesus é onipresente. Isso levanta algumas questões sobre a encarnação porque certamente Jesus esteve na Palestina. Ele foi localizado em um lugar em particular. Na hora do advento, pensamos em Jesus deitado na manjedoura. Mas a doutrina Cristã da criação exige que, embora a natureza humana de Jesus, Seu corpo, estava presente localmente na manjedoura, ou na Palestina, em Sua natureza divina Ele era onipresente e é onipresente. Isso nos obriga a fazer uma distinção entre a natureza divina de Cristo e a natureza humana de Cristo. Embora a natureza humana de Cristo seja, certamente, espacialmente localizada, sua natureza divina não é. Vamos falar mais sobre isso quando chegarmos à Doutrina de Cristo e à doutrina da encarnação.

Sumário sistemático
Quando pensamos sobre a doutrina da onipresença, há dois erros opostos que precisamos evitar. Primeiro de tudo, não devemos pensar em Deus como localizado em qualquer ponto terrestre. Não devemos pensar que Deus habita lá em cima em algum edifício ou que Deus pode ser encontrado em certos locais aqui na Terra. Isso é claramente contrário aos ensinamentos da Escritura. Mas, igualmente, o erro oposto é que não devemos pensar em Deus como localizado no céu. Não devemos pensar que Deus está "lá fora" no céu sentado no trono e que ele está, portanto, não presente aqui. Eu fico surpreendido, francamente, com o número de cristãos que pensam em Deus nesses termos locais - "ele está no céu, em algum lugar, e é lá onde ele está." Isso também tem de ser evitado. Deus não está espacialmente localizado, seja em um local terrestre ou até mesmo em um local paradisíaco. Pelo contrário, a doutrina da onipresença é que ele está presente em toda parte. Então, nós queremos evitar esses dois erros.
Dito isto, a Bíblia não deixa claro se devemos pensar em Deus como transcendendo o espaço ou como estando em todos os lugares de todo o espaço. Temos aqui um problema que é exatamente análogo ao problema que encontramos com a eternidade divina e a relação de Deus com o tempo. Lembre-se, nós vimos que a Bíblia não distingue claramente para nós se Deus é eterno no sentido de transcender o tempo, sendo atemporal, não ter qualquer duração ou extensão na dimensão temporal, mas apenas estar fora do tempo. Nem distingue para nós, se Deus pode ser pensado como ser eterno dentro do tempo - sem começo e sem fim ao longo do tempo. Nós exploramos essas duas visões da eternidade divina e a relação de Deus com o tempo, e eu tentei defender um entendimento particular a esse respeito. Assim como a Bíblia não é clara sobre a natureza da eternidade divina e a relação de Deus com o tempo, também não é clara sobre a natureza da onipresença e a relação de Deus com o espaço. Por um entendimento, gostaríamos de dizer que Deus não existe no espaço, que Ele transcende o espaço e que  não é um ser espacial, de qualquer forma. Por outro entendimento, diríamos que Deus existe em todos os lugares no espaço.
Tradicionalmente, teólogos cristãos não tem pensado em Deus como sendo localizado no espaço. A Bíblia fala de Deus em termos espaciais. "Se eu descer ao inferno, estás lá; Se eu subir ao céu, estás lá ", e assim por diante. Deus está em toda parte. "Nele vivemos, nos movemos e existimos." Mas muitos teólogos gostaria de dizer que esse tipo de linguagem é metafórica, e que, na verdade, Deus é completamente trans-espacial; Ele não existe em nosso espaço tridimensional ou contínuo espaço-tempo espacial ou quadridimensional, de forma alguma.
Como podemos entender isso? Uma vez que Deus é espírito, ele não tem corpo. Deus não tem uma forma humanóide. Ele não tem qualquer tipo de forma. Ele é, por assim dizer, um ser puramente mental. Ele seria como uma alma sem um corpo, uma mente sem um corpo. Deus não tem corpo. Se Ele está no espaço, Ele não estaria no espaço em qualquer tipo de uma sentido local. Ele teria que estar no espaço em todos os lugares.
Mas não devemos pensar em Deus como estando no espaço, no sentido de estar espalhado como um éter invisível por todo o espaço. Ele não é como um gás invisível que está presente em toda parte no espaço. Isso seria incorrecto por várias razões. Por um lado, isso significaria que, se o universo é finito, o que é perfeitamente possível, então Deus seria finito. Não queremos dizer isso, porque Deus é infinito. Mais seriamente, se Deus está espalhado por todo o espaço, como um éter invisível, isso significa que Ele não está totalmente presente em todos os lugares. Em vez disso, existe apenas uma parte de Deus que está presente aqui nesta sala - há apenas um determinado número de metros cúbicos de Deus que está na sala, e a maior parte dEle está fora da sala. Certamente isso não é certo; nós não queremos pensar que tenho um certo volume de Deus no meu copo na mesa de jantar e um volume maior de Deus dentro da casa. Não devemos pensar em Deus como sendo espalhado como um éter por todo o espaço.
Deus, se Ele está no espaço, teria de estar totalmente presente em cada ponto do espaço. Essa é uma noção muito difícil de entender. Se Deus existe em cada ponto no espaço, como ele pode estar totalmente presente em cada ponto no espaço? Pareceria que Ele teria que estar relacionado com o universo físico de uma maneira que é análoga à relação da minha alma, ou a minha mente, ao meu corpo. Eu sou um composto de uma alma e um corpo. Mas minha alma não está localizado em qualquer parte do meu corpo - não é como se a minha alma estivesse no meu cérebro ou que uma alma estivesse em certos neurônios. A alma é uma entidade imaterial que é presente em toda parte em todo o corpo e controla o corpo, mas não são peças ou partes da alma que estão no meu pé ou meu braço. Pelo contrário, a alma está em toda parte totalmente presente no corpo, e pode-se dizer que Deus estaria relacionado com o mundo de uma forma semelhante à maneira como minha alma ou minha mente está com o meu corpo.
No entanto, isso chega muito perto da visão de se dizer que o mundo é o corpo de Deus - o que seria panenteísmo, e queremos evitar isso. A diferença seria que, neste entendimento da onipresença, o mundo não seria uma parte de Deus. Seria uma criação de Deus, e Deus iria trabalhar com ele, mas não é o meio pelo qual Deus sente e sabe coisas da maneira em que minha alma sente as coisas através dos sentidos físicos do meu corpo. Meu corpo media para a minha alma através das terminações nervosas a entrada sensorial de experiências visuais, experiências sonoras, quando ouço coisas, experiências táteis, quando eu toco as coisas. É através das terminações nervosas do meu corpo que estas sensações chegam à minha alma. É por isso que, mesmo que a alma seja distinta do corpo, se o corpo for prejudicado de alguma forma, através, por exemplo, da embriaguez ou drogas ou danos cerebrais, a função da alma é prejudicada, e você não pode pensar. A alma usa o corpo como um instrumento pelo qual ela sente e age no mundo. Isso não seria o caso de Deus. O mundo não é o corpo de Deus nesse sentido. Deus transcende o mundo, e Ele não usa o mundo como uma espécie de órgão sensorial através do qual Ele experimenta e sabe as coisas.
Se nós pensarmos em Deus como estando no mundo semelhante à maneira em que a alma está no corpo, seria no sentido de que Deus pode fazer coisas imediatamente acontecerem no mundo da maneira que minha alma pode imediatamente fazer as coisas acontecerem no meu corpo. Se eu vou levantar meu braço, eu posso, com o esforço simplesmente mental, querer levantar meu braço, e, de repente, com o disparar de neurônios, músculos se contraem, as terminações nervosas enviam estímulos, e as coisas acontecem no meu corpo. Eu posso ter efeitos imediatos em meu corpo através da ação da mente ou da alma. Do mesmo modo, Deus poderia fazer as coisas imediatamente acontecer no mundo pelo exercício de sua atividade mental. Mas, Ele não seria o mundo; o mundo não seria o Seu corpo, apesar de que haveria uma espécie de analogia entre a forma como a alma age no organismo e a maneira como Deus pode agir no espaço.
Às vezes teólogos falam sobre o atributo da imensidão de Deus. A imensidão de Deus pode ser interpretada como esse tipo de presença de Deus em todo o espaço, pelo qual Ele é totalmente presente em cada ponto do espaço. Assim, Deus é imenso no sentido de que Ele preenche todo o espaço e está imediatamente presente em cada ponto no espaço. Essa é uma maneira de pensar sobre a onipresença de Deus - em termos de Sua imensidão e Sua presença imediata e total em cada ponto do espaço.
Por outro lado, talvez, se quisermos evitar os mal-entendidos que são engendrados por pensar sobre o agir de Deus no mundo da maneira como minha alma age no corpo, podemos dizer simplesmente que Deus transcende o espaço totalmente - que Ele não está no espaço em qualquer tipo de sentido literal. Antes, Deus é uma mente infinita que está consciente de (e causalmente ativa em) cada ponto do espaço. Isso poderia ser o significado de dizer que Ele é onipresente - que ele está consciente de e ativo em cada ponto do espaço. Isso quer dizer que, em cada ponto no espaço, Ele sabe o que está acontecendo naquele momento, e Ele é causalmente ativo nesse ponto, pelo menos em sustentar o mundo em existência. Nessa visão, Deus não estaria localizado no espaço em qualquer sentido. Ele seria um ser trans-espacial ou um ser não-espacial. Mas a onipresença significaria que Ele está consciente de e causalmente ativo em cada ponto do espaço. É importante ressaltar que, para operar em todos os lugares, Deus precisa estar consciente de tudo o que acontece neles.
Vou deixar esta uma questão em aberto. Acho que todos podemos concordar que, em qualquer a visão que você aceitar, a onipresença de Deus significa pelo menos que não há lugar para que o conhecimento e o poder de Deus não se estendam. No mínimo, todos nós podemos concordar com isso. Seu conhecimento e poder estendem-se a cada ponto do espaço. E, pelo menos nisso, ambos os pontos de vista podem concordar.

Hacer de tu boca una fuente de gracia

OCTOBER 12, 1986

Hacer de tu boca una fuente de gracia


Efesios 4:29–30
No salga de vuestra boca ninguna palabra mala, sino sólo la que sea buena para edificación, según la necesidad del momento (deja que esa salga de tu boca), para que imparta gracia a los que escuchan.
Recuerdo una vez cuando era niño en que mi madre me lavó literalmente la boca con jabón. Me llevó al lavamanos del baño, y me la restregó. Luego me la enjuagó y me mandó a mi habitación. ¿Saben lo que había dicho? Creo que dije: "¡Cállate!" a mi hermana.
¿Por qué mi madre tuvo que lavarme la boca con jabón cuando le dije "cállate" a mi hermana? Lo hizo porque ella creía a Jesús cuando dijo: "No es lo que entra en la boca lo que contamina al hombre; sino lo que sale de la boca, eso es lo que contamina al hombre" (Mateo 15:11).
Me contaminé cuando le dije a mi hermana que se callara y ella tenía un fervor muy fuerte por mi pureza, así que utilizó una lección inolvidable con un objeto, creo que ella hizo lo correcto y he crecido para llamarla y bendecirla por su cumpleaños la semana pasada.
"¡Pero bueno!" Podría decir alguien, "¿Qué importancia tiene el que hayas mandado a callar a tu hermana?, no es una maldición, no has utilizado el nombre del Señor en vano, ni es una vulgaridad. ¿Por qué habría que exaltarse?, ¿qué es lo que es tan malo en ello?"
La respuesta es: cuando le dije “cállate” a mi hermana, fue con maldad. No había afecto, buena voluntad ni amabilidad. Era desagradable. No había belleza moral, santidad o amor. Por utilizar la frase del apóstol Pablo en Efesios (4:29) era una palabra “corrompida”. Venía de una pila de basura de orgullo, auto exaltación, ira y resentimiento -algo que es muy normal entre hermanos, pero también muy pecaminoso. Cuidado, ¡no sea que se acostumbren a pecar porque es muy normal!
Pero lo que agradezco a Dios más que el que mi madre fuese intensamente moral es que fuese intensamente cristiana. Ella sabía que aquel jabón en mi boca no podría tocar la suciedad en mi corazón, si hubiese pensado que podría, no habría llorado.
Ella me enseñó el verdadero significado de Efesios 4: 22-24: “Debéis poner a un lado vuestro viejo hijo auto afirmativo, malo y descuidado porque está corrompido con deseos engañosos. Y poner el nuevo manso y amable ser creado por Dios en su propia imagen en justicia y en santidad. En otras palabras, hijo, necesitas ser profundamente renovado en el espíritu de tu mente."
Al final la batalla por la pureza de la boca se lleva a cabo en el corazón porque “de la abundancia del corazón habla la boca”. Si no le gusta lo que sale de su boca, escuche cuidadosamente esta mañana porque el apóstol Pablo se esmera en este texto para limpiar nuestra boca desde adentro hacia fuera.

Palabras Corruptas, Podridas, Malignas, Malsanas.

Miremos el versículo 29. Hace un momento dije que Pablo usa el término “corrompida”. La RSV la traduce como: "No permitas que palabra maligna salga de tu boca." NIV y NASB utilizan la palabra “malsano”, por otra parte, la versión KJV dice: "No permitas que ninguna comunicación corrupta salga de tu boca." ¿Qué hay detrás de las palabras maligna, malsana y corrupta?
La palabra griega (sapros) es utilizada sólo en otro contexto más en el Nuevo Testamento, específicamente se encuentra en Mateo y Lucas donde Jesús dice: "No es buen árbol el que da malos frutos" (Lucas 6:43; Mateo 7: 17 sgtes.; Mateo 12:33). El término para fruto “malo” en este versículo es el mismo referente para maligno, malsano o corrupto en Efesios 4:29: -“No salga de vuestra boca ninguna palabra mala”. La imagen en la mente de Pablo es probablemente la de deterioro, putrefacción, es decir, algo que está arruinado.
Este tipo de lenguaje corrompido debe ser quitado como las viejas vestiduras. Forma parte del antiguo ser del versículo 22, que necesita ser quitado cuando la persona se convierte en Cristiana. El vestido de la boca corrompida debe ser quitado y lanzado al fuego, tal como los Efesios quemaron sus viejos libros de magia en Hechos 19:19.

Cuatro Tipos de Lenguaje que Pueden Estar en Mente

¿En qué clase de conversaciones piensa Pablo cuando dice: "No salga de vuestra boca ninguna palabra mala"? Permítame sugerir al menos cuatro tipos de lenguaje que creo que Pablo catalogaría como "corrompidos", "deteriorados" o "estropeados."
1. Tomar el Nombre del Señor en Vano
Primeramente, sería el lenguaje que toma el nombre del Señor en vano. Es una gran contradicción para quien somos como cristianos cuando decimos: ¡Dios!, ¡Dios mío!, ¡Dios todopoderoso!, ¡Cristo!, o ¡Jesús! sólo porque estamos molestos, sorprendidos o asombrados. Nadie que esté felizmente casado machacaría el anillo de matrimonio para expresar que está molesto. Al contrario, representa algo precioso y puro, y también lo es el nombre de Dios y Jesucristo.
2. Trivializar Realidades Terribles
El segundo tipo de lenguaje que Pablo llamaría corrompido sería el lenguaje que trivializa con realidades terribles -como el infierno, la condenación y la santidad. ¿Qué hay de malo con decir: "¡Cómo diablos!", "¡Demonios, no!", o "¡ Vete al infierno!", "¡Maldición!", "¡Malditamente correcto!", "¡vaca sagrada!" o "¡sagrada caballa!"?
Este tipo de expresiones, entre muchas otras, trivializan con asuntos de seriedad. Simplemente es una contradicción el creer en la realidad horrible del infierno y usar esa palabra como una expresión cualquiera para enfatizar cuando alguien habla sobre política o deportes. Lo mismo se aplica para maldecir. Si el mandamiento divino “sé santo porque yo soy santo”, conlleva el mismo peso para usted que el que llevaba para Moisés, Jesús y los apóstoles. Simplemente encontrará que esa “santa vaca” o lo que sea se le atragantará en la garganta porque trata algo infinitamente precioso como insignificante.
3. Referencias al Sexo y al Cuerpo en Forma Vulgar
La tercera clase de lenguaje que creo que Pablo incluiría en su mandamiento de no permitir que ninguna palabra corrompida salga de nuestra boca son las que hacen referencia al sexo y al cuerpo humano. Con este tipo de lenguaje las personas toman las cosas buenas que Dios hizo y las usan como lodo para manchar cualquier cosa con las que estén molestas. La verdadera intención detrás del uso de palabras vulgares de cinco letras, es que ellas expresan menosprecio, desdén, odio. ¿Cómo sucede esto?
Por ejemplo, el acto de las relaciones sexuales, creado por Dios como algo bueno para realizarse en el matrimonio -¿cómo es posible que ahora se traduzca en una palabra de cinco letras que transmite odio y menosprecio? La respuesta es fácil. Primero, sacas a Dios de tu mente. Eso es esencial para todas las vulgaridades. Luego sacas la santidad de su creación fuera de la mente. Y después, remplazas la ternura y el amor del matrimonio que se encuentran en la mente con la fuerza de la violación, y allí se obtiene esa palabra que hace verbalmente lo mismo que la violación realiza físicamente. Expresa egoísmo, abuso sin cariño. (Incidentalmente, esta es la razón por la que les digo a las mujeres cristianas que no pierdan dos minutos con un hombre que usa este lenguaje: la violación y el lenguaje corrompido provienen de la misma raíz).
4. Hablar con Mal Espíritu
La cuarta clase de lenguaje que creo que Pablo llamaría corrompido es el lenguaje que tiene un mal espíritu -por ejemplo: "¡Cállate!" Las palabras en si mismas son limpias. Sin embargo, su utilización es cruel y sin amor.

Cuatro Implicaciones de Tal Lenguaje

Estos son los cuatro tipos de lenguaje que creo que Pablo clasificaría como “corrompidos”. Ahora, retrocedamos un poco y preguntémos qué quiso decir Pablo cuando llamó al lenguaje maligno, corrupto, malsano o podrido. Si pensamos en frutas malas o dañadas, como hizo Jesús, vienen a la mente cuatro implicaciones:
1. No Edifican
Primero, la frutas dañada no alimenta. Tampoco lo hace el mal lenguaje. No fortalece, mejora o ayuda. Simplemente no útil como alimento. No es bueno sino para echarlo al suelo y ser pisoteado por los hombres.
2. Probablemente Hará que Enfermes
Segundo, probablemente las fruta dañada hará que enfermes si intentas comerla. Y el lenguaje corrupto puede hacer que las personas enfermen también. En otras palabras, no sólo fracasa en aportar alimento positivo, sino que pueden causar daño negativo. Las palabras pueden herir profundamente a las personas, estas pueden ser como un virus que transmite la enfermedad de la mezquindad o vulgaridad de padres a hijos, o de compañeros de cuarto a compañeros de cuarto, o de colega a colega. El lenguaje corrompido hace que las personas enfermen si son obligadas a comerlo.
3. Huele Mal y Hace la Atmósfera Desagradable
Tercero, la fruta podrida huele mal y hace desagradable la atmósfera. Recuerdo a un par de hombres en la escuela de graduados en Alemania que parecían cargar el aroma de la vulgaridad sobre ellos. Parecía que sólo se reían de toda insinuación sexual. Lo más lamentable de ello era que mientras más se acercaban a la alcantarilla más se reían. Con sus bocas crearon una atmósfera tan desagradable como un casillero maloliente, era desagradable para todos excepto ellos mismos. Esto hacía imposible todo pensamiento noble y admirable ya que es difícil degustar la belleza desde un contenedor de basura. ¿Puedes permanecer en una librería para "adultos" y mirar por la ventana (si hay alguna) y ser movido por la belleza del ocaso del sol?
4. Probablemente Proceden de un Árbol Enfermo
La cuarta implicación que nos viene a la mente es que cuando pensamos en fruta dañada y un lenguaje corrompido es que estos provienen de un árbol enfermo. Si la fruta está dañada, tan pronto como aparece en la rama (apenas las palabras salgan de la boca) entonces el árbol está enfermo.
Jesús dijo, "De la abundancia del corazón habla la boca. El hombre bueno, de su buen tesoro saca buenas cosas; y el hombre malo, de su mal tesoro saca cosas malas. Y yo os digo que de toda palabra ociosa que hablen los hombres, de ella darán cuenta en el día del juicio. Porque por tus palabras serás justificado, y por tus palabras serás condenado"(Mateo 12:34-37, LBLA).
Por lo tanto, si una persona toma el nombre del señor en vano o trivializa con las realidades del infierno y lo santo, cambia sexualidad por vulgaridad o convierte las palabras en armas destructivas, egoístas y de mezquindad. Entonces podemos decir con seguridad que "Hay corrupción dentro del árbol, y por ende, en el exterior". Si la fruta está dañada, la raíz está mala.

Una Manera Completamente Nueva de Pensar Sobre el Lenguaje

Si observamos esto, no nos sorprenderemos con lo que viene a continuación en el texto. No es lo que cabría esperar. Podríamos esperar que Pablo nos amonestara para limpiar nuestro lenguaje. Podríamos esperar que nos contara acerca de palabras que no son vulgares, corrompidas o dañadas sino puras, sanas, creativas y claras. Sin embargo, Pablo no hace lo que se esperamos.
En vez de proponernos limpiar el lenguaje, propone una forma completamente nueva de pensar sobre el lenguaje. En lugar de decirnos: "No necesitas ese lenguaje inapropiado para comunicar tus intenciones," dice "Lo esencial es si tu intención es el amor." En otras palabras, el punto para Pablo en realidad no es el lenguaje en absoluto, lo que importa es el amor. La cuestión no es si nuestra boca puede evitar el lenguaje inapropiado; lo que importa es si nuestra boca es un medio de gracia. Ustedes ven que el va de lo externo de la fruta a la raíz interna. Va de lo que decimos al por qué lo decimos. Esto es lo que importa.
Leamos el versículo 29.
No salga de vuestra boca ninguna palabra mala, sino sólo la que sea buena para edificación [literalmente: bueno para edificar en la necesidad, -el afrontar una necesidad específica es la visión], según la necesidad del momento, para que imparta gracia a los que escuchan.
¿Se ve el cambio? Él no dice: "No salga de vuestra boca ninguna palabra mala, al contrario, salgan palabras limpias y frescas de nuestra boca." Él dice: "No salga de vuestra boca ninguna palabra mala, pero pregúntense esto: ¿es mi boca un medio de gracia?, ¿estoy encarando una necesidad con las palabras que salen de mi boca?, ¿estoy fortaleciendo la fe en las personas que me escuchan?"

La Fe Cristiana que Todo lo Alcanza y Todo lo Envuelve

Esta es una forma revolucionaria de pensar sobre nuestra boca, así como el versículo 28 (última semana) fue una forma revolucionaria de pensar sobre vuestro trabajo secular. ¿Ven el paralelismo?
En el versículo 28 pablo dice: "El que roba, no robe más, sino más bien que trabaje, haciendo con sus manos lo que es bueno,". Luego, cambia del qué al porqué: "a fin de que tenga qué compartir con el que tiene necesidad." En otras palabras, no es cristiano simplemente parar de robar. No es cristiano simplemente trabajar de forma honesta para tener sus cosas. Es Cristiano trabajar para tener y poder dar -para afrontar necesidades. Todo nuestro trabajo debe ser una demostración de gracia.
Esto es exactamente lo que Pablo pretende en el versículo 29: "No salga de vuestra boca ninguna palabra mala, sino sólo la que sea buena", nuevamente él va del qué al porqué, "para edificación, según la necesidad del momento, para que imparta gracia a los que escuchan." No es cristiano simplemente el dejar de decir vulgaridades, ni remplazar estas por un buen lenguaje. Es cristiano preguntase internamente algo más profundo: ¿estoy hablando ahora para edificar?, ¿es su boca un medio de gracia?
Todo nuestro trabajo secular ha de ser demostración de gracia y todos nuestros discursos también. ¿Pueden ver cómo ha de ser de envolvente y en alcance la fe cristiana? Estos son versículos increíbles que abordan la gracia de Dios en nuestras vidas.
Si mi madre no me hubiese lavado la boca con jabón y nunca hubiese orado y trabajado para lavar mi poco amoroso corazón con el evangelio de la gracia de Dios, hoy podría tener una boca antiséptica, pero probablemente no sería un cristiano.
Un cristiano es una persona cuya raíz corrompida ha sido hecha nueva por la gracia a través de la fe en el evangelio de nuestro Señor Jesucristo. La gracia de Dios ha tomado el odio, la rabia y el resentimiento que fluían en un lenguaje malo, vulgar e irreverente, y las ha cubierto con la sangre de Cristo y las ha eliminado junto al viejo e incrédulo ser.

Sellado para el Día de la Redención

¿Y sabe usted qué ha dejado la gracia de Dios en lugar de aquella rabia, el odio y el resentimiento? Ha dejado esperanza. Este es el significado del versículo 30. Dice: "Y no entristezcáis al Espíritu Santo de Dios, por el cual fuisteis sellados para el día de la redención."
¿Qué significa? Quiere decir que un cristiano es una persona en la que el Espíritu Santo de Dios mora y el Espíritu sella al creyente para el día de la redención. En otras palabras, el Espíritu de Dios pone el sello de su propia imagen (4:24) en la vida del creyente y garantiza que este perseverará hasta el día de la redención. El sello del Espíritu es la garantía de una esperanza segura.
La esperanza de todo creyente, garantizada por el sello del Espíritu, es que al final de la historia vendrá a un día de redención en lugar de un día de condenación. ¿Qué es pues este día de la redención?

Este será el día cuando la larga batalla contra el pecado terminará. Este el día cuando los más profundos anhelos de nuestro corazón serán saciados con la visión de la gloria de la gracia de Dios en el rostro de Jesús. No habrá más gemidos con imperfección, ni espera o deseos frustrados. Nuestra redención estará completa.

La Relación del Versículo 4:30 Con Nuestro Lenguaje

¿Cuál es entonces el propósito de Efesios 4:30 en relación al lenguaje corrompido y el lenguaje de gracia?
El punto es este: Pablo dice que el Espíritu ha sido dado para sellarnos y asegurarnos para un futuro infinitamente maravilloso. En otras palabras, ¡el sello del Espíritu tiene el objetivo de darte esperanza!. Entonces ¿cómo haces contristar a este Espíritu? ¡Lo contristas cuando no tienes esperanzas en el día de la redención! por no esperar en su poder para cuidarte, ayudarte y mantenerte. Si el Espíritu Santo ha sido enviado para darte esperanza en Dios y en lugar de esperar en él, te estremeces por tus problemas y te enojas, eres amargo y resentido, entonces entristeces al Espíritu Santo de Dios ya que actúas en contra del mismísimo propósito para el cual fue enviado.
Y el lenguaje que sale del corazón y que no espera en la voluntad de Dios, no impartirá gracia a quienes oyen. ¿Cómo puede su boca ser un medio de gracia para otros cuando no espera en la gracia de Dios para sí mismo? Es de un corazón desesperado, de desaliento y frustración, rabia, amargura y resentimiento de donde de todo lenguaje corrompido e hiriente sale.
Pero si como creyente se detiene y piensa por un momento que Cristo murió por sus pecados, que Dios ha prometido trabajar sobre todas las cosas para su bien, que él le ha dado su propio Espíritu Santo con el propósito específico de sellarle para el día de la redención, entonces seguramente una esperanza cierta y profunda será la raíz de su vida. Y hacia arriba a través de esa raíz fluirá la savia de la gracia, y de las ramas de su vida saldrá el fruto de una completamente nueva forma de hablar.
La pregunta para su boca no es únicamente la cuestión moral de: ¿Estoy evitando las palabras sucias? sino también la pregunta cristiana: ¿Estoy contribuyendo a la fe de otros con lo que digo? ¿Es mi boca un medio de gracia? ¿Estoy asustado, ansioso y molesto con mi vida o estoy lleno y rebosando con la esperanza de que el Espíritu de Dios me mantendrá seguro para el día de la redención?
Thumb author john piper
John Piper (@JohnPiper) is founder and teacher of desiringGod.org and chancellor of Bethlehem College & Seminary. For 33 years, he served as pastor of Bethlehem Baptist Church, Minneapolis, Minnesota. He is author of more than 50 books.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O Arbusto em Chamas e a Auto-Suficiência de Deus

E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe.
E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.
E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima.
E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.
E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.
Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.


O fogo no arbusto. Presente no arbusto, mas preservando o arbusto. Este é o símbolo mais claro da auto-suficiência de Deus. Deus é o fogo mais puro. Um fogo que não é nada mais do que fogo. Um fogo que não é composto de outras fontes de energia, mas que tem sua fonte de energia em Si mesmo.

Doutrina de Deus - Dia 7

Aplicações da Eternidade de Deus

Nós temos falado sobre a eternidade divina e o relacionamento de Deus com o tempo. Agora queremos chegar a uma aplicação disso para as nossas vidas. Qual o impacto em nossas vidas, do fato de que Deus é eterno? Quero compartilhar duas amplas aplicações.

Em primeiro lugar está o que eu chamo de paradoxo do tempo. O tempo é paradoxal, quando você pensa sobre Deus ser eterno. Por um lado, Deus tem todo o tempo do mundo - e mais se for necessário! Portanto, Deus nunca é forçado a se apressar. Ele não tem um relógio a acompanhar. Ele não tem prazos a cumprir. Deus não está pressionado pelo tempo. Tome Moisés, por exemplo. Moisés, no auge de sua vida aos 40 anos de idade e príncipe do Egito - você pensaria que agora é a hora que Deus iria chamá-lo para liderar seu povo à terra prometida. Mas não! Em vez disso, Deus o leva para o deserto para passar mais 40 anos como pastor de ovelhas antes de estar pronto e preparado para liderar o povo até Israel - quando ele tinha 80 anos, depois desses 40 anos de existência do deserto. Deus não tinha pressa com Moisés. 2 Pedro 3:8 diz que "para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia." Então, a agenda de Deus está de acordo com a programação, e ele não precisa se preocupar com coisas ficarem para trás.

Um outro lado - e esta é a outra dimensão desse paradoxo - o tempo é curto. O tempo é curto para nós. Temos uma vida transitória que é passageira e desvanecente. Portanto, precisamos estar envolvidos em fazer a obra do Senhor, antes que seja tarde demais. Em Romanos 13:11-12a, Paulo diz: 

E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé.A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.

Assim, Paulo diz que há algumas horas restantes. Acorda, e faz a obra do Senhor! Da mesma forma, em João 9:4, Jesus, mudando um pouco a metáfora, diz algo muito semelhante: "Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar."

Jesus está enfatizando de forma ligeiramente diferente que o tempo é curto e temos de estar envolvidos em fazer as obras de Deus, enquanto temos tempo.

Eu acho que esse paradoxo é tanto um conforto para aqueles que estão esgotados na obra do Senhor, mas também um incentivo para aqueles que são preguiçosos. Para aqueles que estão exaustos de fazer o bem, Deus diz: "Não entre em pânico nem fique incomodado com isso; as coisas estão sob controle; as coisas estão na hora certa; você não precisa desesperar-se no serviço para mim." Mas, por outro lado, para aqueles que estão vivendo em auto-indulgência e preguiça e não realmente servem ao Senhor com energia, o tempo é curto, e está na hora de pisar no acelerador - é melhor você se mexer e ir andando porque logo a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Essa é a primeira aplicação.

A segunda aplicação é que, em virtude de Deus ser eterno, precisamos para viver com os olhos na eternidade. Nós não somos apenas criaturas temporais. Nós somos agora, em virtude do conhecimento de Cristo e do nascer de novo, criaturas imortais, que viverão para sempre, e por isso temos de viver à luz da eternidade. Como podemos fazer isso? Deixe-me mencionar três maneiras.

Primeiro de tudo, a eternidade de Deus é um incentivo para viver uma vida justa. Basicamente, o que a Escritura diz aqui é que precisamos estar preparados para morrer. Nossa vida é transitória e fugaz, nunca sabemos quando vai acabar, e, portanto, precisamos estar preparados. Tiago 4:13-17:

Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos;Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna.Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.

Então Tiago está dizendo, não presuma sobre o amanhã. O amanhã pode nunca vir para você. Em vez disso, esteja preparado para morrer e faça os seus planos com a contingência de que, apenas se o Senhor quiser vamos fazer isso ou aquilo.

Da mesma forma, Paulo imediatamente após essa passagem em Romanos que vimos antes - em Romanos 13:12b-14 - dá a aplicação:

Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja.Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.

À luz da nossa morte inesperada mas iminente, precisamos ter certeza de que estamos vivendo de uma forma que estejamos preparados para ir encontrar-se com Deus, se chamados a fazê-lo.

Em segundo lugar, eu acho que viver à luz da eternidade envolve ter um conforto no sofrimento. Há um conforto no nosso sofrimento quando mantemos a eternidade de Deus e a vida eterna em mente. Às vezes, o sofrimento desta vida parece tão intenso, tão insuportável, tão grotesco em sua crueldade. E, mesmo assim, de um ponto de vista cristão, esta vida é apenas uma entrada apertada e estreita que conduz ao grande salão de banquetes da eternidade de Deus que um dia vamos habitar. Quando mantemos essa perspectiva em mente, isso pode fazer nossas provações parecerem curtas em comparação. 1 Pedro 5:10: "E depois de ter padecido um pouco, o Deus de toda graça, que vos chamou à sua eterna glória em Cristo, vai ele mesmo vos restaurar, estabelecer e fortalecer." À luz da glória eterna que teremos em Cristo, Pedro diz, sofra durante esta vida por um pouco tempo, até que você vá para a glória eterna com Cristo.

2 Coríntios 4 é um dos maiores reflexões sobre este contraste no Novo Testamento. Em 2 Coríntios 4: 16-18, Paulo fala sobre todas as coisas que ele sofreu em seu ministério e em sua vida. Ele então diz:

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.

Aqui Paulo compara o sofrimento desta vida com o trecho infinito de tempo que ele vai gastar na eternidade com Deus. E ele diz que, em comparação com a eternidade infinita de alegria com Deus, os sofrimentos desta vida vão encolhendo a um momento infinitesimal. É por isso que Paulo pode chamá-los de uma leve e momentânea tribulação. Eles são simplesmente esmagados pelo oceano de alegria divina e eterna que Deus vai conceder a seus filhos no céu. Então, quando nós passamos por momentos de dificuldade e sofrimento intensos, manter a eternidade em mente e viver à luz dela pode ajudar-nos a suportar com graça e força as provações que Deus nos convida a suportar.

E, finalmente, em terceiro lugar,  a eternidade de Deus estende para nós a maravilhosa perspectiva de vida eterna. Para nós que estamos em Cristo, toda a eternidade nos espera. João 3:16: "Porque Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Deus nos deu a vida eterna em Cristo. Isso é o que nos espera! 

Como é que vamos passar a eternidade? Efésios 2:7 tem uma interessante reflexão sobre isso. Falando de como seremos ressuscitados com Cristo, diz Paulo, "ele mostrará nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. " Deus vai gastar a eternidade derramando sobre nós a sua bondade de suas riquezas imensuráveis de graça! É assim que vamos passar a eternidade, apreciando a bondade de Deus, que é como um oceano rolando sobre nós por toda a eternidade.

Agora, que contraste para aqueles que estão fora de Cristo, que não têm esperança da vida eterna! Para aqueles que estão fora de Cristo, o tempo é uma fera devoradora. A vida que eles têm agora é passageira, transitória, efêmera, e em breve chegará ao fim. Paulo diz em 1 Coríntios 15:32: "Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos!" Basicamente a vida se torna sem sentido. Lembro-me das linhas de Shakespeare em Macbeth, onde Lady Macbeth, perto do fim de sua vida, vendo o desastre que se seguiu às suas conspirações e as do marido, prestes a tirar sua própria vida, diz,

Fora, fora, vela breve! Vida é nada mais que uma sombra passageira, um jogador pobre que suporta e desgasta sua hora em cima do palco e, em seguida, não se ouve mais. É um conto contado por um idiota, cheio de som e fúria, significando nada.

Isso é o que a vida é para aqueles sem Cristo. O livro de Eclesiastes 1:14 diz: "Tudo é vaidade e aflição de espírito."

Claro, a realidade é que não é apenas aniquilação que eles enfrentam, mas a terrível perspectiva de julgamento diante do trono de um Deus Santo. Mateus, em seu Evangelho, dá os ensinamentos de Jesus sobre o juízo final em Mateus 25:34,41, e 46:

Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.

Que contraste existe entre aqueles que conhecem a Cristo e aqueles que não o fazem, em termos desta maravilhosa perspectiva de vida eterna que um Deus eterno nos deu!

Nós, como cristãos, precisamos viver um tipo diferente de vida do que as pessoas seculares vivem. Precisamos viver, não à luz das realidades imediatas deste mundo efêmero e transitório, mas temos de viver à luz da eternidade e seus valores. Deus, que é de eternidade a eternidade, nos deu a vida eterna.