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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Doutrina de Deus - Dia 1

Deus quer ser conhecido, Deus quer ser buscado

O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;
Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;
E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;
Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;
Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
Atos 17:24-31

Destaques desse texto:
  • Deus criou a humanidade para que O conheçam. 
  • Os atributos de Deus não são meros objetos da imaginação humana, mas são passíveis de ser conhecidos de forma objetiva. 
  • ”Tatear” não significa, como dizem os agnósticos na analogia do elefante, que é impossível conhecer a Deus como Ele é. Até mesmo Cristãos subscrevem a essa posição e dizem “não é possível conhecer a Deus plenamente.” Porém, não podemos esquecer o que diz o apóstolo Paulo, “conhecerei como sou conhecido” (I Co 13.12) 
  • Um dos motivos por que uma pessoa deve se arrepender da ignorância de Deus é que haverá um julgamento do mundo.


O qual nos tempos passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos.
E contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações.
Atos 14:16,17

Destaques deste texto:
  • Deus tem duas formas de revelação: geral e especial. Ele deixou as nações andarem de acordo com a revelação geral da natureza e da consciência, mas agora nos deixou a revelação especial nas Escrituras e na pessoa de Cristo (At 17.31). 


Outros textos sobre conhecer a Deus:


Rm 1.19
Ef 3.19
Jo 6.69
Ef 3.10
I Co 1.21
Jo 4.16
Ef 1.17
Cl 1.27
I Jo 4.8
I Jo 5.20
Jo 16.40

At 22.14

Brainstorm de atributos de Deus
Deus é ________________

eterno
poderoso
onipotente
onisciente
pessoal
santo
misericordioso
fiel
amoroso
bondoso
bom
zeloso
infinito
auto-existente
onipresente
justo
soberano
imutável.

Em 7 de janeiro de 1855 o ministro da capela da rua New Park, Charles Spuergeon, começou seu sermão matinal do seguinte modo:
Já foi dito por alguém que "o estudo adequado da humanidade é o próprio homem". Não me oponho à idéia, mas creio ser igualmente verdadeiro que o estudo correto do eleito de Deus é Deus; o estudo apropriado ao cristão é a divindade. A mais alta ciência, a mais elevada especulação, a mais poderosa filosofia que possa prender a atenção de um filho de Deus é o nome, a natureza, a pessoa, a obra, as ações e a existência do grande Deus, a quem chama Pai.
Nada é melhor para o desenvolvimento da mente que contemplar a divindade. Trata-se de um assunto tão vasto, que todos os nossos pensamentos se perdem em sua imensidão; tão profundo que nosso orgulho desaparece em sua infinitude. Podemos compreender e aprender muitos outros temas, derivando deles certa satisfação pessoal e pensando enquanto seguimos nosso caminho: "Olhe, sou sábio". Mas quando chegamos a esta ciência superior e descobrimos que nosso fio de prumo não consegue sondar sua profundidade e nossos olhos de águia não podem ver sua altura, nos afastamos pensando que o homem vaidoso pode ser sábio, mas não passa de um potro selvagem, exclamando então solenemente: "Nasci ontem e nada sei". Nenhum tema contemplativo tende a humilhar mais a mente que os pensamentos sobre Deus...
Ao mesmo tempo, porém, que este assunto humilha a mente, também a expande. Aquele que pensa com freqüência em Deus terá a mente mais aberta que alguém que apenas caminha penosamente por este estreito globo. [...] O melhor estudo para expandir a alma é a ciência de Cristo, e este crucificado, e o conhecimento da divindade na gloriosa trindade. Nada alargará mais o intelecto, nada expandirá mais a alma do homem que a investigação dedicada, cuidadosa e contínua do grande tema da divindade.
Ao mesmo tempo que humilha e expande, este assunto é eminentemente consolador. Na contemplação de Cristo existe um bálsamo para cada ferida; na meditação sobre o Pai, há consolo para todas as tristezas, e na influência do Espírito Santo, alívio para todas as mágoas. Você quer esquecer sua tristeza? Quer livrar-se de seus cuidados? Então, vá, atire-se no mais profundo mar da divindade; perca-se na sua imensidão, e sairá dele completamente descansado, reanimado e revigorado. Não conheço coisa que possa confortar mais a alma, acalmar as ondas da tristeza e da mágoa, pacificar os ventos da provação que a meditação piedosa a respeito da divindade. Para este assunto chamo a atenção de todos nesta manhã.                           



J.I. Packer, no seu livro O conhecimento de Deus”, nos diz:
Para que fomos feitos? Para conhecer a Deus. Que alvo devemos estabelecer para nós na vida? Conhecer a Deus. O que é a "vida eterna" dada por Jesus? O conhecimento de Deus. "Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 17:3).  (J.I. Packer O Conhecimento de Deus p. 26. 2ª Ed. Mundo Cristão)

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I. Atributos de Deus

A. Introdução
1. Conhecer sobre Deus < Conhecer a Deus

“Porque é importante conhecer sobre Deus, se essa não é realmente a prioridade na vida?”
Nas palavras de William Lane Craig, "Quando entendermos  o amor incondicional de Deus, então seremos atraídos para amá-lo também. Quando verdadeiramente compreendermos a santidade de Deus, então nos afastaremos dos nossos pecados com asco,e reverenciaremos a Deus com admiração e temor. Quando entendermos a aseidade ou auto-existência de Deus, nos prostraremos com a face no chão diante dele em humildade e louvor. Quando vermos o poder de Deus, iremos a Ele em confiança e triunfo. Quando aprendermos sobre a onisciência de Deus, então deixaremos de depreciar a nós mesmos, e aprenderemos a aceitar-se como ele nos aceita. portanto, conhecer acerca de Deus é muito importante para se conhecer a Deus em um nível pessoal. (William Lane Craig - Defenders 2, Doctrine of God, aula 1)



 2. O Deus infinito e pessoal

(Infinito)
Deus
(Pessoal)
Deus
Abismo
Homem
(Finitos)
Abismo
Homem
Animais
(Impessoais)
Animais
Plantas
Plantas
Rochas
Rochas

A visão judaico-cristã de Deus como um ser infinito e pessoal contrasta com a visão de religiões orientais como o hinduismo, que concebe um deus infinito mas impessoal, e com das religiões gregas e romanas, que concebiam deuses como serem pessoais, humanóides, mas finitos.

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Sobre os que afirmam que é impossível conhecer os atributos de Deus, Ludwig Feuerbach, escreve, no seu livro “The Essence of Christianity” (1841).

Um ser sem qualidades é um ser que não pode se tornar um objeto da mente; e tal ser é virtualmente inexistente. No momento em que o homem priva Deus de todas as qualidades, Deus já não é nada mais para ele do que um ser negativo. Para o homem verdadeiramente religioso, Deus não é um ser sem qualidades, porque para ele, ele é um ser positivo e real. A teoria de que Deus não pode ser definido, e, consequentemente, não pode ser conhecido pelo homem, é, portanto, uma geração de tempos recentes, um produto da incredulidade moderna... Na suposição de que Deus é incognoscível, o homem pede desculpas pelo que ainda resta de sua consciência religiosa de seu esquecimento de Deus, a sua absorção no mundo: ele nega Deus na prática por sua conduta, - o mundo tem a posse de todos os seus pensamentos e inclinações, - mas ele não O nega teoricamente, ele não ataca Sua existência; ele deixa isso em paz. Mas esta existência não afeta nem o perturba; é uma existência meramente negativa, uma existência sem existência, uma existência auto-contraditória, - um estado de ser, que, para todos os efeitos, não é distinguível de não-ser... O suposto horror religioso de limitar Deus por predicados positivos é apenas o desejo irreligioso de não saber nada mais de Deus, e de banir Deus da mente.

Portanto, Deus possui atributos e propriedades que fazem que Ele seja Deus (e não qualquer outra coisa). Esses atributos nos foram revelados nas Escrituras, para as quais nos tornaremos nas meditações a seguir.

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